quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

CARNAVAL DE ONTEM E DE HOJE NO CENTRO HISTÓRICO

Estamos a uma semana do Carnaval। Os tambores e os tamborins já estão esquentando, como dizem os foliões। Os ensaios pré-carnavalescos se sucedem por toda a parte। Os Trios Elétricos recebem os últimos preparativos। Os abadás começam a ser distribuídos. Estão custando uma nota. Tem até por R$1.890.00. Tem mais. Para a festa ficar completa tem que ter camarote após o desfile. Esse é o barato ou o caro! Se não conseguir um convite para o de Daniela Mercury ou de Gilberto Gil, precisará gastar pelo menos uns trezentos reais por noite em qualquer outro.

E como era antigamente? Tinha camarote? Comprava-se abadá?

Nada disto! O camarote de antigamente se restringia a uma simples cadeira ou banco que era colocado na avenida, entre São Pedro e o Rosário para assistir aos desfiles dos grandes clubes, Fantoches, Inocentes e Cruz Vermelha। A maioria era amarrada nos troncos das árvores ou nos postes para não ter de carregar de volta todos os dias।

Não tinha esse “negócio” de abadá. De dia, todo mundo se mascarava. Era bastante um pijama e uma máscara de pano ou um simples macacão com a mesma máscara. Ficava alinhado! Os mais irreverentes pegavam o vestido velho da esposa ou da filha e saíam pela avenida falando fino.

A coisa começava cedo e terminava ainda mais cedo। Já a partir das 9 horas de manhã, a Rua Chile estava repleta de foliões. Geralmente a música vinha de alto-falantes colocados nos postes. Vez em quando aparecia um bloco de percussão. Aí aumentava a animação. Ele pintava na Rua da Misericórdia, percorria toda a Rua Chile e retornava pela Rua d’Ajuda. Repetia o percurso várias vezes. Nas calçadas ficava o povo que não se mascarava, geralmente as meninas bonitas daquela época. Eram muitas, quase todas! Lança-perfume na mão, “colombina” de vidro ou “rodô” de metal. Jogavam confete e serpentina. Uma festa de cores e perfumes que se “prolongava” até no máximo duas horas da tarde.

 Todos se recolhiam às suas casas, inclusive os mascarados. A avenida se esvaziava. Somente voltava a encher à partir das cinco horas. Os rapazes com suas melhores camisas: as moças com seus melhores vestidos. Era a hora dos acertos de contas. Quem é quem! Lá pelas 7 horas da noite, começava o desfile dos grandes clubes, como eram chamados, Fantoches da Euterpe, Cruz Vermelha e Inocentes em Progresso. Carros alegóricos de uma beleza extraordinária. Figuras em movimento. Muito brilho. Belíssimas moças em cima de suas plataformas. Geralmente, eram três carros. No último vinha a Rainha do Clube, geralmente uma moça da mais alta sociedade. Passavam ao som de batedores com suas cornetas estridentes. Só Isto! Os baluartes de cada clube ostentavam na lapela do paletó (sim paletó) o escudo do clube com um sistema de iluminação própria. Vibravam! Era uma tradição. Em seguida o povo se recolhia de novo às suas casas. Era hora de um pequeno descanso e já às nove horas todos estavam se dirigindo aos grandes clubes, devidamente fantasiados. Cruzavam a Rua Chile em passos rápidos. Pegavam a Rua Carlos Gomes. A fila já estava pela Rádio Sociedade. Estamos nos referindo ao grande Carnaval dos Fantoches. Era domingo, segunda e terça. Um grande evento social. Satisfazia aos anseios de diversão dos jovens de então. Hoje existem outras preferências. Fica até enfadonho citar que a coisa era assim. Torna-se ridículo e incompreensível!


Mascarados


No Pelourinho


Agora vejam o que estão preparando para esse ano no Circuito Barra Ondina. É gigantesco! Carnaval da Bahia é realmente o maior do mundo. São quase 10 quilômetros de passarela. No Rio a Marquês de Sapucaí tem 750 metros.




























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