domingo, 7 de julho de 2013

ANDERSON SILVA - FALTOU MINOTAURO

Este blog já falou de natação, de remo, de basquete, de futebol e ainda não tinha se referido à chamada Luta Livre, esta que agora se vê na TV. Violentíssima! Por vezes o tatame fica todo manchado de vermelho do sangue dos lutadores, sangue este proveniente principalmente dos rostos dos contendores. As luvas são pequenas e contundentes, diferentemente do Box, onde as luvas são bem acolchoadas, justamente para evitar maiores danos.  Por outro lado, se permite joelhadas e ponta pés, rabos de arraia e, o que é mais sério, cotoveladas justamente quando um dos contendores está dominado por baixo. E, em vez da luta ser temporariamente interrompida para avaliação dos ferimentos e mesmo uma bandagem, ela prossegue para delírio de um público fanático. A coisa chega a situações constrangedoras. Muitos até já propuseram a proibição das cotoveladas, mas elas permanecem. Alegam que, na maioria dos esportes existem sempre lances de violência, até mesmo no futebol. Nesse esporte, contudo, há uma imediata intervenção do juiz que retira o jogador de campo para atendimento médico e ao seu retorno, até a camisa não pode ter uma mancha de sangue.

Na luta livre de hoje o cara pode ficar todo “pintado” de vermelho  e a luta prossegue ainda mais animada.
Seriam os novos tempos ou está se voltando ao passado quando em antigas arenas homens se digladiavam até a morte?  Noutras vezes, lutavam até contra animais ferozes e o povo ia ao delírio.

Até médicos são coniventes com a situação. Quando chamados em raríssimas vezes, olham o ferimento; passam um algodão e autoriza o retorno do lutador. Mas como? Em situações tais, aconselha-se nem tocar no ferimento para não agravá-lo. Como permitir o seu retorno ao combate para agravar ainda mais a situação?

Se não bastasse, agora até mulheres estão subindo aos octógonos para as mesmas cenas dos homens, sem  dó nem piedade.

E em razão do sucesso extraordinário desses combates, de homens e mulheres, seus protagonistas ficam famosos e ricos. É o caso, por exemplo de Anderson Silva. Lutou ontem à noite. Perdeu o cinturão para um jovem americano, forte mais inexperiente. Brincou com o mesmo antes de cair nocauteado. Durante toda a luta só fez depreciar e desrespeitar o adversário com gestos e palavras. Uma cena jamais vista nas arenas de todo o mundo. O juiz deveria ter parado a luta e advertir o brasileiro. No judô teria sido desclassificado. 

Anderson Silva sendo nocauteado por Chris Weidman

A maioria da imprensa mundial criticou severamente o lutador brasileiro e ele alegou na entrevista coletiva que sempre lutou assim. Em parte, diga-se a verdade. No dia de ontem, chegou ao exagero e ficou faltando suas joelhadas e ponta pés mortais. Então, não lutou como nas "vezes anteriores". Em verdade, não lutou na acepção da palavra. Se já estava cansado da rotina de uma lutador profissional, como ele próprio declarou, deveria ter abdicado do cinturão. Como fez, perdeu o título como profissional e admiração de grande parte do mundo.

Não quer isso dizer que estarão esquecidas suas vitórias espetaculares. Ficarão para a história da "luta livre". Uma forma de ser, de lutar. Não soube, entretanto, dá a apoteose necessária de uma grande peça que foi a sua vida como lutador de MMA.

Pelo que aconteceu, não teria Anderson Silva recebido qualquer orientação no dia da luta? Uma dose de sensatez. "Cuidado com os "excessos" que você costuma fazer! Ele tem muitos amigos que poderiam orientá-lo. Nos pareceu sozinho. Por exemplo, não vimos Minotauro no ginásio de Las Vegas.







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