terça-feira, 24 de setembro de 2013

IRMÃ DULCE- O MAIOR BAIANO (A) DE TODOS OS TEMPOS

Faz pouco mais de uma semana que o jornal A Tarde fez uma enquete junto a um grupo de “notáveis” como classificou, sobre quem teria sido o maior baiano de todos os tempos. Deu disparado Rui Barbosa. 

Realmente um grande homem, mas um homem nascido no século XIX. Será que cem anos depois não teria tido ninguém melhor do que ele nessa terra? Esqueceram, por exemplo, de Octávio Mangabeira que marcou a sua governança com grandes obras: construiu a Fonte Nova numa época em que o futebol baiano se fazia num estádio de arquibancadas de madeira; fez o Hotel da Bahia, desde que Salvador não tinha um hotel cinco estrelas e coincidentemente, construiu o Fórum Rui Barbosa e para o mesmo transladou os restos mortais do grande baiano, ou melhor, do maior baiano.

E o que dizer das grandes mulheres dessa terra. Teriam sido esquecidas? Maria Quitéria é uma delas. Lutou pela independência de nossa terra. Vestiu-se de soldado e com espada em punho marchou em frente às tropas libertadoras.

E o que se falar de Joana Angélica? Deu sua própria vida em prol da dignidade de uma instituição. Os soldados portugueses passaram por cima do seu corpo inerte na porta do convento. Muito poucas pessoas no mundo fariam tamanho sacrifício.

Talvez por não aceitar por inteiro a decisão dos chamados notáveis, o mesmo jornal “abriu” como que uma enquete popular na internet e parece que se fez justiça nessa terra. A maioria indicou uma santa como o maior “baiano” de todos os tempos: Irmã Dulce.

Irmã Dulce


Esta sim, uma figura “notável”. Dedicou sua vida aos pobres. Melhor do que tudo: tratou dos doentes que eram pobres. Invadiu casas, bibliotecas, arcos de ladeiras para abrigá-los. E não se diga que a irmã fosse de origem pobre; que nada possuía e tinha pouco a perder. Ledo engano. Seu pai era um dentista. Dulce estudava em escola particular quando menina. Foi professora. Tinha condições de seguir caminhos bem mais cômodos. Mas não. Foi em frente até construir um grande hospital que só atende pessoas sem recursos. Tornar-se-á santa por força de uma vida dedicada ao próximo. Melhor “baiano” ou “baiana” do que esta mulher é difícil encontrar em qualquer parte do mundo, não somente na Bahia.


Irmã Dulce aos 10 anos de idade. O pai discursa ao seu lado e as autoridades da época em frente 


Igreja de Irmã Dulce

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