quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O PELOURINHO DE SÃO BENTO

De alguma maneira, podemos nos considerar satisfeitos em ter constatado que, efetivamente, existiu materialmente o “pelourinho” de Salvador. Isso só foi possível graças ao trabalho de um engenheiro militar, baiano, José Antônio Caldas, quando fez o chamado Prospecto de Caldas. Na sua visão de Salvador dos anos 1750, ele indica com dois traços o referido pelourinho na altura do Mosteiro de São Bento, ou seja, na ladeira que dá acesso à igreja. 




Prospecto de Caldas - Pelourinho:  número 68 - Indicado com seta e círculo amarelo

É muito pouco, poderão dizer muitos. Não considero assim! A sua importância está evidenciada no fato de ser uma prova material da existência do referido monumento. Tudo bem! Mas ninguém ficou sabendo do seu formato, de sua altura, de possíveis desenhos em alto e baixo relevos, etc. etc.  Tinha um pedestal? Possuía uma cruz ou um nicho no alto? Essa coisas de monumentos e de pelourinhos. 

Diante dessa carência, continuamos as pesquisas sobre a referida peça. Fotos, nem pensar. Ainda não tinha sido inventada a máquina fotográfica. Encaminhamos-nos para desenhos e gravuras e parece que encontramos fortes indícios do que procurávamos. Aliás, um único e bendito indicio.

Trata-se de uma gravura da Ladeira de São Bento, ainda sem calçamento, onde se vê algo parecido com um pelourinho. Graças ao recurso da informática, conseguimos ver até seus contornos. Fica provado que, efetivamente, este pelourinho andou por ali. 




Gravura da Ladeira de São Bento, ainda sem calçamento. Indicado pela seta vê-se uma coluna. Deve ser o nosso pelourinho.


Graças aos recurso da informática, conseguimos aumentar a gravura anterior e reproduzi-la e o resultado é uma imagem de uma coluna decorada com relevos e até um pedestal. É o pelourinho de Salvador.

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