segunda-feira, 14 de setembro de 2015

UM CRIME CONTRA A NATUREZA - PENÍNSULA DE ITAPAGIPE


Acima temos importante foto do Alto do Bonfim, onde se encontra a Igreja do Senhor do Bonfim, uma das mais visitadas de todo o mundo. É uma foto bem antiga que tivemos a oportunidade de localizar.
Há de se reparar que o mar à direita está bem próximo do templo contornando-o  Estamos nos referindo à Enseada de Itapagipe ou Enseada dos Tainheiros.
Aí  pelos de 1940, possivelmente um pouco menos (1935) a Prefeitura achou  por bem nomear Itapagipe com Pólo Industrial de Salvador que, imediatamente, absorveu no seu pequeno espaço, perto de 40 indústrias.
Se de um lado o pólo itapagipano promocionava centenas de novos empregos, principalmente oferecidos aos habitantes locais e aos moradores das ilhas e do Recôncavo, de outro, provocava séria poluição do ar e de seus mares, causando logo de principio o êxodo dos veranistas que, em quantidade, era maior que os moradores locais. Era uma fonte de riqueza; movimentava todas as áreas comerciais. Os espanhóis dos antigos armazéns foram os mais beneficiados. Promoveu a vinda de milhares deles. Quando os veranistas foram embora, os espanhóis voltaram para sua terra. Hoje, não tem um armazém ou atacado que pertença a galego. (da Galicia).
A vinda de milhares de pessoas das Ilhas e do Recôncavo para trabalhar nas indústrias que se instalaram em Itapagipe causou, inclusive, uma grave crise habitacional. Nas laterais das fábricas, do lado de fora, se instalaram barracas de lona e plástico e se fizeram precárias moradias.
Como resultado, nos anos 40 do século passado, esse povo promoveu a invasão dos mares de Itapagipe, tendo como ponto de partida o bairro do Uruguai. Em seguida, em 1953 foi a vez da invasão do mar que circundava a Av. Porto dos Mastros, na época também chamada de Rua Domingos Rabelo, em homenagem a um pintor português de projeção internacional, mas em nada importante que o ligasse ao Brasil e especialmente a Bahia.onde se diz fez uma exposição de seus trabalhos. Nada a haver, nclusive o seu nome era Domingo Rebelo e não Rabelo como apontavam as placas de ruas da Prefeitura. Foi autor de algumas das imagens mais emblemáticas da iconografia dos Açores,em destaque para Os Emigrantes, provavelmente a imagem mais reproduzida no arquipélago.

A seguir estamos reproduzindo um mapa anterior as invasões do mar em Itapagipe::

Percebem-se ilhas e penínsulas internas. Outro detalhe é a parte estreita que liga o Bonfim à Penha.

Mapa atual
Acima a situação atual da península. “Engrossou”, praticamente duas ou três vezes. Consequentemente, o mar interno (a baia) diminuiu praticamente na mesma proporção do crescimento térreo, valendo salientar que à esquerda da península não houve mudança.  È a mesma coisa.
A parte azul era  mar  antigamente, baias e enseadas
Parece outra peninsula

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